Como Evitar Sobrecarga de Informações em Projetos No-Code
Aprenda a organizar dados e fluxos em no-code para manter sistemas simples, eficientes e sem sobrecarga operacional.
É quase automático: o time começa a construir sistemas no-code, a empolgação cresce, ideias pulam de todos os lados. Cada colaborador quer dar sua contribuição. O resultado? Um projeto com mil funções, dezenas de páginas e muita, muita informação. Mas, de repente, você se pega perguntando: "Será que todos conseguem encontrar o que precisam com facilidade?"
Menos é mais. Sempre.
E por mais contraditório que pareça numa era em que abundância de dados é sinônimo de modernidade, evitar a sobrecarga de informações pode ser justamente o que traz clareza, agilidade e bons resultados nos projetos no-code. Neste artigo, vou contar como projetos bem organizados — como fazemos aqui na Yowpi Tech — mantêm tudo enxuto, fácil de navegar, com fluxos claros e dados organizados. E, claro, sem complexidade desnecessária para atrapalhar a rotina da sua empresa.
O que é sobrecarga de informações no universo no-code
Antes de falar das soluções, acho válido explicar com mais detalhes um problema bem comum. Sobrecarga de informações acontece quando um projeto, aplicativo ou sistema começa a colecionar funções, dados, botões, tabelas e notificações sem muito critério. O time quer atender todas as demandas possíveis e acaba jogando tudo para dentro do sistema. “Vai que alguém precisa, né?” Só que chega uma hora em que nada mais faz sentido. O usuário se sente perdido, confunde comandos, e decisões equivocadas começam a aparecer. Já viu esse filme?
Segundo um estudo da Temple University, o excesso de informação não só deixa a tomada de decisão mais lenta, como também prejudica a qualidade do trabalho e aumenta as chances de erro. O cérebro humano simplesmente não foi projetado para receber tantos estímulos diferentes de uma vez só.
Sinais de que seu projeto está sobrecarregado
Às vezes, só percebemos depois de meses que foi dada carta branca para a complexidade crescer. Existem alguns sinais, aliás, que mostram que o sistema perdeu leveza:
- Dificuldade de novos usuários entenderem como navegar pelo sistema.
- Tabelas e dashboards cheios de campos irrelevantes para a rotina.
- Usuários com dúvidas recorrentes sobre para que servem determinados botões ou processos.
- Demandas constantes por treinamento extra (além do razoável).
- Funções duplicadas ou que ninguém usa mais (mas tem medo de remover).
- Feedback do tipo “preciso de um mapa para entender isso aqui”.
Se identificou com alguns desses tópicos? Fique tranquilo, acontece até nas melhores famílias, principalmente em equipes apaixonadas por criar soluções cada vez mais completas. Mas nem sempre “mais” é sinônimo de “melhor”.

Como surge a sobrecarga em plataformas no-code
Plataformas como Bubble.io, Adalo, Glide e outras tornaram possível criar apps e sistemas sem escrever uma linha sequer de código. Isso é libertador, sobretudo para quem sempre dependeu do “setor de TI”. Só que o poder de construir rápido traz um risco embutido: crescer sem planejamento.
Basta um arrasto, um clique e… pronto: nova funcionalidade criada. Parece inofensivo, mas, em pouco tempo, o sistema pode se tornar um labirinto desnecessário, principalmente se não houver um olhar atento para arquitetura da informação e organização de fluxos. Na Yowpi, nós priorizamos uma lógica que favoreça simplicidade — porque sabemos que é mais fácil criar um monstro do que domá-lo depois.
Sistemas enxutos aceleram o resultado
Eu costumo dizer que não há nada pior do que abrir um sistema esperando encontrar algo simples e se deparar com um painel de foguete. Já vi sistemas, inclusive de concorrentes, em que até tarefas rotineiras ficam a duas ou três telas de distância do usuário. Isso desanima — e muitas vezes, faz times inteiros desistirem da solução e voltarem para planilhas paralelas.
Mas o que faz a diferença de verdade? O cuidado com cada etapa, desde o planejamento até os testes finais, apostando na arquitetura de informação como prioridade. Uma arquitetura bem desenhada é aquela em que até quem nunca viu o sistema entende rapidamente onde está e para que serve cada área.
O papel da arquitetura da informação nos projetos no-code
Agora, talvez você esteja se perguntando: “Mas o que é arquitetura da informação, no contexto de plataformas no-code?”. Se eu fosse explicar para minha avó diria que é a arte de decidir o que vai ficar visível e como as pessoas vão encontrar o que procuram, sem precisar de um manual de 40 páginas.
Em poucas palavras, arquitetura da informação é o planejamento de:
- A disposição dos menus e funcionalidades.
- Como os dados são classificados, organizados e acessados.
- O caminho que o usuário percorre para realizar suas tarefas importantes.
- Quais informações aparecem primeiro na tela, e quais ficam “guardadas” para quem realmente precisa delas.
Esse planejamento é ainda mais estratégico dentro do universo no-code, porque as próprias equipes de negócio passam a construir ou sugerir melhorias nos sistemas, e cada novo recurso criado pode tanto facilitar quanto complicar a vida de todo mundo.
Comparando com concorrentes: o que faz a Yowpi ser diferente
Outras agências que trabalham com plataformas como Bubble.io, por exemplo, até entregam sistemas bonitos, mas muitas vezes não aprofundam na experiência do usuário e organização do fluxo de dados. Nossos projetos buscam simplificar a vida do cliente, não só visualmente, mas no funcionamento do dia a dia. Preferimos perder algumas horas desenhando fluxos antes de qualquer desenvolvimento. Isso faz toda diferença quando você compara os resultados práticos e o nível de satisfação dos usuários.
Princípios para evitar a sobrecarga de informações
Quase todo projeto começa pequeno. Só que, aos poucos, clientes vão trazendo demandas, diferentes setores querem acesso a dados e relatórios, e o projeto se multiplica sem perceber. Com base na experiência da Yowpi, reuni alguns princípios práticos para manter tudo sob controle em sistemas no-code:
- Comece pelo básico do básico. Antes de adicionar qualquer funcionalidade, mapeie quais tarefas são realmente necessárias. Evite encher o projeto de áreas “para o futuro” que talvez nunca sejam usadas.
- Pense como o usuário. Se coloque no lugar de quem entra no sistema todos os dias. O que ele precisa ver primeiro? O que pode ser escondido em áreas secundárias?
- Menus enxutos, fluxos rápidos. Quanto menos cliques o usuário der para concluir sua tarefa, melhor. Teste atalhos. Analise cada passo do fluxo e procure possíveis “atalhos de lógica”.
- Avalie o fluxo de informações de tempos em tempos. Não tenha medo de eliminar áreas pouco usadas ou funções que só servem para complicar a experiência. Remover é tão importante quanto adicionar.
- Evite campos obrigatórios em excesso. Se todo cadastro exige preencher 20 campos, já perdeu a simpatia do usuário. Colete apenas os dados realmente necessários.
- Padronize nomenclaturas e ícones. Use nomes claros e ícones que representem bem cada área. Termos internos e siglas só dificultam a vida de quem está chegando.
- Organize painéis e dashboards por prioridade. Os dados mais relevantes devem aparecer primeiro. O resto, fica “escondido” mas acessível para quem realmente precisar ir além.
Se não for útil para o usuário, é excesso.
Organizando dados em plataformas no-code
Talvez uma das dúvidas principais de quem está começando com no-code seja: “Como organizar bem meus dados para não me perder depois?”. Parece algo técnico demais, mas tem mais a ver com lógica do que com programação.
Estruturando bancos de dados sem complicação
Uma dica prática: sempre que for criar um novo banco de dados (collection, tabela, lista, nome que cada plataforma escolher), pergunte-se:
- Quem vai usar esses dados?
- Com que frequência cada informação vai ser consultada ou editada?
- Essa informação vai alimentar outros processos automáticos do sistema?
Na Yowpi, por exemplo, só criamos novos campos nos bancos após testarmos se eles realmente serão úteis em alguma tela, relatório ou automação. Nada de “preencher só por preencher”. Esse tipo de disciplina deixa o sistema mais leve e fácil de ajustar sempre que aparece alguma demanda nova.

Princípios para nomear tabelas e campos de forma clara
Já vi bases de dados com colunas chamadas “X1”, “ZZ88”, “dado6”. Nunca, nunca faça isso. Aposte em nomes fáceis de compreender, mesmo por pessoas que não participaram do desenvolvimento do sistema. Assim evita dúvidas e ajuda na colaboração futura, tanto para quem mantém, quanto para quem acessa por integrações, relatórios e automações.
- Prefira nomes como “Cliente_Email”, “Status_Pedido”, “Data_Cadastro”.
- Evite siglas que só fazem sentido para uma única pessoa.
- Quando precisar criar relacionamentos entre tabelas (exemplo: vendas ligadas a clientes), crie nomes como “ID_Cliente_Venda”.
Essa clareza é um dos maiores aliados de quem constrói sistemas escaláveis, principalmente em times diversos.
Automação: do simples ao equilibrado
Sistemas no-code, como os que desenvolvemos na Yowpi, permitem construir automações poderosas sem qualquer código. Mas, novamente, aqui vale a regra da parcimônia. Automatize aquilo que realmente economiza tempo — não tente automatizar todos os microdetalhes. Isso pode gerar uma “teia” difícil de manter, principalmente se o conhecimento fica restrito a uma ou duas pessoas da equipe.
Fluxos de usuários: o caminho mais fácil é sempre o melhor
Imagine que cada usuário do seu sistema está andando por um labirinto. A função da arquitetura da informação é transformar esse labirinto em um parque bem sinalizado e intuitivo. Como fazer isso?
- Mapeie as principais tarefas do dia a dia e monte fluxos que facilitem o acesso.
- Evite menus suspensos com dezenas de opções. Organize por temas ou departamentos.
- Crie dashboards iniciais com atalhos para as ações mais frequentes.
- Mantenha coerência entre as telas: mudança abrupta confunde o usuário.
Ao aplicar esses métodos no desenvolvimento de CRMs e ERPs internos, economizamos não apenas energia, mas também aumentamos a confiança das equipes no novo sistema. Um bom exemplo disso é o nosso projeto para uma corretora de seguros, no qual o dashboard inicial já trazia os principais KPIs de vendas e atendimento, eliminando a necessidade de navegar entre diversas abas.
Atenção ao feedback (e à rotina real da empresa)
Por mais bem desenhado que seja um sistema, sempre existe um descompasso entre a proposta inicial e o uso real. É por isso que, na Yowpi, valorizamos ciclos curtos de feedback — seja de usuários finais, gestores ou stakeholders. Ajustar rotas é natural. O que não pode acontecer é engessar o sistema a ponto do usuário desistir (como mostra o estudo da Tidelift, de 2024, no qual 60% dos mantenedores de projetos open source relataram sensação de desistência pela sobrecarga e falta de suporte).
Flexibilidade constante traz sistemas vivos — não fossilizados.
Em resumo, um bom projeto cresce junto com o negócio, mas não infla desnecessariamente. Essa é uma das grandes razões para o sucesso das plataformas no-code quando bem conduzidas.
Como manter as operações enxutas nos sistemas
É tentador querer colocar tudo no sistema: planilhas antigas, controles paralelos, históricos, bases de dados de anos passados. Porém, integrar apenas o necessário pode ser a diferença entre um ERP ágil e um Frankenstein digital difícil de operar. Os ERPs e CRMs desenhados por equipes da Yowpi têm como premissa inicial a regra abaixo:
Tudo que entra precisa ser útil, acessível e entendido por quem vai usar.
Veja alguns métodos práticos que aplicamos:
- Na criação de sistemas internos, centralizamos informações essenciais — deixando o histórico detalhado e arquivos anexados em áreas secundárias ou acessíveis sob demanda.
- Recorremos à IA somente para processos que realmente agregam (por exemplo, sugestão de respostas, análise automática de contratos, categorização de chamados), evitando usar IA apenas como enfeite.
- Fluxos de aprovação, integração financeira e relatórios centralizam apenas dados relevantes para a tomada de decisão, sem gerar 20 relatórios por mês com dados similares.
- Ferramentas de automação, como o Zapier ou Make, entram apenas quando realmente conectam sistemas que fazem sentido estar juntos. Evitamos empilhar automações só porque é “legal” ou fácil de implementar.

Dicas para não cair na tentação da complexidade
Admito: é prazeroso mostrar para o chefe tudo o que a plataforma é capaz de fazer. Mas sistemas que impressionam só pela quantidade de funções não necessariamente vão perdurar no longo prazo. Algumas sugestões para evitar cair nessa armadilha:
- Monte um grupo de “testadores” diverso antes de liberar qualquer funcionalidade nova. Peça que avaliem facilidade de navegação, clareza das informações e tempo necessário para concluir tarefas.
- Está pensando em adicionar algo? Pergunte “essa função resolve um problema real do nosso dia a dia?”. Se a resposta for “talvez no futuro”, deixe para depois.
- Documente atualizações e mudanças, registrando o motivo de cada ajuste.
- Mantenha um registro de sugestões dos usuários, mas analise periodicamente para priorizar apenas o que for consenso ou demanda de vários setores.
- Lembre-se: um sistema ideal é aquele que parece quase invisível, pois o fluxo acontece de forma tão natural que ninguém “nota” o esforço para usá-lo.
Evite ruídos e informações desconexas
É muito fácil transformar dashboards em verdadeiros murais de números soltos: vendas, cobranças, estoque, marketing, edição, performance, atendimento… tudo em uma tela só. Só que temos notícia: ninguém consegue absorver tanta coisa simultaneamente. Escolha o que é fundamental. O resto pode ficar em menus secundários ou relatórios acessados sob demanda.

Aprendendo com erros comuns
Após anos de experiência acompanhando projetos para os mais diversos segmentos, desde startups até setores gigantes como óleo e gás, ou órgãos públicos no exterior, aprendemos na Yowpi que:
- Projetos que buscam “abraçar o mundo” desde o início se tornam lentos para evoluir.
- O acúmulo de permissões e exceções ao fluxo principal tende a transformá-lo num pesadelo de manutenção, exigindo treinamentos constantes.
- Funções criadas por demanda individual, sem análise global, geram mais problemas que soluções.
Se quiser saber como dimensionar sistemas internos de maneira inteligente, aproveite para conferir o conteúdo que preparamos sobre no-code para sistemas internos, que detalha boas práticas de estruturação e integração.
Como técnicas visuais podem ajudar
Métodos visuais de organização — wireframes, fluxogramas, mapas mentais — são aliados valiosos para o time visualizar o fluxo principal e identificar excessos ainda em fase de planejamento. Isso evita o famoso “refazer do zero” quando tudo fica bagunçado lá na frente.
Por aqui, adoramos usar ferramentas colaborativas no início do projeto, reduzindo os gaps entre o desejo do usuário e a implementação real. Você pode ver mais no nosso artigo sobre a nova era do desenvolvimento sem código.
Simplicidade consciente: riscos de exagerar na automação
Automação é sinônimo de tempo economizado, certo? Não sempre. Automatizar processos redundantes ou pouco claros pode gerar mais problemas do que benefícios. Já atendi um cliente que, ao automatizar o envio de relatórios para “todo mundo”, acabava sendo ignorado por todos por excesso de notificações irrelevantes. O segredo é automatizar passos que gerem resultado direto — não poluição.
Evite distrações: menos notificações, mais foco
Alerta em excesso é barulho, não ajuda. O time perde o foco se a cada alteração, nova aprovação ou atualização chega um novo aviso. Defina prioridades para o que merece de fato virar notificação. Preferimos implementar notificações apenas para eventos críticos, deixando o restante como consulta, para não bagunçar a rotina dos usuários.
Alguns estudos, como o já citado da Temple University, mostram que a quantidade de notificações e alertas são um dos maiores roubadores de fluxo produtivo. Escolha bem o que merece ser interrompido ao vivo, e mantenha o resto registrado para consulta futura.
Uma arquitetura pensada para crescer
Por fim, se você quer sistemas no-code realmente escaláveis, deve encarar a organização da informação como um investimento contínuo. Sistematize feedbacks, documente decisões e, principalmente, mantenha uma estrutura lógica nos bancos de dados e fluxos de usuários.
Mais do que tecnologia, esse cuidado mostra respeito pelo tempo e atenção dos usuários — e é o que diferencia o trabalho realizado pela Yowpi. Se interessa sobre a modelagem de dados e métodos que enxugam processos empresariais, veja nosso artigo aprofundado em otimização de processos empresariais com no-code.
Conclusão: escolha construir sistemas realmente simples
Construir sistemas internos, CRMs e ERPs usando Bubble.io ou outra plataforma no-code é uma liberdade incrível — desde que você não se perca na vontade de “agregar valor” a cada passo. Se pudesse dar só um conselho, seria este: priorize o que facilita o dia a dia, elimine o que polui, e transforme seu sistema numa ferramenta quase invisível de tão fácil de usar.
Aqui na Yowpi, celebramos tecnologia para que você celebre conquistas, e não tenha dor de cabeça com sistemas pesados demais. Se quiser entender melhor como podemos unir design, leveza e automação sem exageros em soluções sob medida, te convido a conhecer mais sobre nosso trabalho e ficar por dentro dos projetos no-code na prática.
Simplificar é celebrar tecnologia de verdade. Venha celebrar com a gente.